sábado, 5 de junho de 2010

Após exigências de Yeda, PP adia escolha do vice no RS

Flávia Bemfica
Direto de Porto Alegre
O PP do Rio Grande do Sul cancelou na tarde desta quinta-feira (3) a reunião do diretório estadual que estava marcada para a próxima segunda-feira (7) e na qual os progressistas escolheriam o vice na chapa a ser encabeçada pela governadora Yeda Crusius (PSDB), pré-candidata à reeleição. O cancelamento foi a saída encontrada pelos progressistas para evitar o aumento do racha interno e a "fritura" pública do principal concorrente na disputa pela indicação dentro do PP: o deputado federal Vilson Covatti.

Logo em seguida ao cancelamento da reunião, Covatti informou que só continuará a pleitear a indicação caso seu nome seja consenso no partido e também o da preferência de Yeda. "Na minha opinião, agora ela indica o nome ou os nomes que prefere e nós vamos buscar o consenso interno em cima desse nome ou nomes. Temos que ver também quem é que se dispõe a concorrer", resumiu o deputado.

A reviravolta no processo de decisão pelo qual o PP havia optado foi mais do que um golpe para Covatti, que há semanas já falava como se fosse o escolhido. Foi também mais um solavanco no já desgastante processo de negociação da aliança entre o PSDB e o PP no Rio Grande do Sul. E voltou a expor divisões que os progressistas preferiam que fossem tratadas internamente.

"O cancelamento é para dar um tempo a novos critérios e tirar o tensionamento do processo. Agora o momento é de entendimento", resumiu, no final da tarde, o presidente estadual do PP, Pedro Bertolucci. Após as declarações de Yeda nesta semana e de uma reunião na quarta-feira com a governadora, Bertolucci já havia admitido, cedo da manhã, que os critérios para a escolha do vice deveriam ser revistos no dia 7 e que dificilmente a reunião seria definitiva.

Nesta semana, em duas ocasiões, Yeda disse publicamente que iria interferir no processo de escolha do vice, mesmo sendo ele do PP. Durante uma solenidade no PSDB, na segunda-feira, ela declarou que teria a última palavra. E, na quarta-feira, em um café da manhã, afirmou que o vice seria alguém que já integrou ou ainda integra o primeiro escalão do governo. Depois, confirmou suas condições pessoalmente para Bertolucci.

Covatti, que já não era nome de consenso dentro do partido, ficou em situação delicada. "Se ele fosse unanimidade, o PP reagiria com indignação às declarações da governadora. Mas, ao invés disso, o partido se calou e acatou, o que mostra bem qual é o cenário", assegura um deputado progressista. Entre os nomes da preferência da governadora estão os dos ex-secretários Otomar Vivian (Casa Civil) e João Carlos Machado (Agricultura). Parte do PP também passou a citar o nome do ex-ministro Francisco Turra.

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